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Dona Ivone Lara

Nasceu Yvonne da Silva Lara, em 13 de abril de 1921, na Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Dona Ivone foi a primeira filha da união entre a costureira Emerentina Bento da Silva e José da Silva Lara, mecânico de bicicletas. Seu pai também era violonista e desfilava no Bloco dos Africanos; e a mãe era ótima cantora e sua voz de soprano ecoava nos ranchos carnavalescos tradicionais do Rio de Janeiro, como o Flor do Abacate e o Ameno Resedá – nos quais Seu José também se apresentava. Formada em Enfermagem, com especialização em Terapia Ocupacional, foi Assistente Social e se aposentou em 1977. Nesta função trabalhou em hospitais psiquiátricos, Com a morte do pai aos três anos de idade, e da mãe aos doze, foi criada pelos tios e com eles aprendeu a tocar cavaquinho e a ouvir samba, ao lado do primo Mestre Fuleiro; teve aulas de canto com Lucília Villa-Lobos e recebeu elogios do marido desta, o maestro Villa-Lobos. Casou-se aos 25 anos de idade com Oscar Costa, filho de Alfredo Costa, presidente da Escola de Samba Prazer da Serrinha, com quem teve dois filhos. Foi no Prazer da Serrinha onde conheceu alguns compositores que viriam a ser seus parceiros em algumas composições, como Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira. Compôs o samba “Nasci para sofrer”, que se tornou o hino da escola. Com a fundação do Império Serrano, em 1947, passou a desfilar na ala das baianas. E também Compôs o samba “Não me perguntes”, mas sua consagração veio em 1965, com “Os cinco bailes da história do Rio”, quando tornou-se a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores de uma escola de samba. Aposentada em 1977, passou a dedicar-se exclusivamente à carreira artística. Entre os intérpretes que gravaram suas composições destacam-se Clara Nunes, Roberto Ribeiro, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Beth Carvalho entre outros. O que poucas pessoas sabem é que Dona Ivone Lara também foi atriz de cinema e TV. Em 2010 Dona Ivone foi a homenageada na 21ª edição do Prêmio da Música Brasileira. No ano de 2012, ela foi homenageada pelo G.R.E.S Império Serrano, com o enredo "Dona Ivone Lara: O enredo do meu samba". Em 2014 Dona Ivone foi a homenageada na 19ª edição do Trem do Samba em dezembro de 2014.

Hoje em dia aos 94 anos, Dona Ivone é a mais completa cantora e compositora de samba, dita assim como a RAINHA DO SAMBA.

Zé Keti

Nascido em 16 de setembro de 1921, José Flores de Jesus, ficou conhecido como Zé Kéti. Em 1924, na casa do avô, o flautista e pianista João Dionísio Santana, promovia reuniões musicais, das quais participavam nomes famosos da música popular brasileira como Pixinguinha, Cândido (Índio) das Neves, entre outros. Filho de Josué Vale da Cruz, um marinheiro que tocava cavaquinho, cresceu ouvindo as cantorias do avô e do pai. Zé Keti Cantou o samba, as favelas, a

malandragem e seus amores. Ele começou a atuar na década de 1940 na ala dos compositores da escola de samba Portela. Entre 1940 e 1943, compôs sua primeira marcha carnavalesca: "Se o feio doesse". Em 1946, "Tio Sam no Samba" foi o primeiro samba de sua autoria gravado (pelo grupo Vocalistas Tropicais). Em 1951, obteve seu primeiro grande sucesso com o samba "Amor passageiro", parceria com Jorge Abdala gravado por Linda Batista. No mesmo ano, seu samba "Amar é bom", parceria com Jorge Abdala foi gravado pelo Grupo Garotos da Lua. Em 1955, sua carreira começou a deslanchar quando seu samba "A voz do morro", gravada por Jorge Goulart e com arranjo de Radamés Gnattali, fez enorme sucesso na trilha do filme "Rio 40 graus", de Nelson Pereira dos Santos. Neste filme, trabalhou também como segundo assistente de câmera e ator. Outro sucesso nos anos cinquenta, foi "Leviana", que também foi incluído no filme "Rio 40 Graus" (1955), de Nelson Pereira dos Santos, diretor com o qual trabalhou também no filme "Rio Zona Norte" (1957). Dono de um temperamento tímido, seu pseudônimo veio do apelido de infância "Zé Quieto" ou "Zé Quietinho". No ano de 1962 idealizou o conjunto A Voz do Morro, do qual participou e que ainda contava com Elton Medeiros, Paulinho da Viola, Anescarzinho do Salgueiro, Jair do Cavaquinho, José da Cruz, Oscar Bigode e Nelson Sargento. O grupo lançou três discos. Em 1964, participou do espetáculo "Opinião", ao lado de João do Vale e Nara Leão O espetáculo tornou conhecidas algumas de suas composições, como "Opinião" e "Diz que Fui por Aí" (esta em parceria com Hortêncio Rocha). No ano seguinte, lançou "Acender as velas", considerada uma de suas melhores composições. Esta música inclui-se entre as músicas de protesto da fase posterior a 1964. Nara Leão, Elis Regina fizeram um enorme sucesso com a gravação desta música. Também em 1964, gravou um compacto simples que tinha a música "Nega Dina". Na mesma época, recebeu o troféu Euterpe como o melhor compositor carioca e, juntamente com Nélson Cavaquinho, o troféu O Guarany, como melhor compositor brasileiro. Com Hildebrando Matos, compôs em 1967 a marcha-rancho "Máscara Negra", outro grande sucesso, gravada por ele e também por Dalva de Oliveira, foi a música vencedora do carnaval, tirando o 1º lugar no 1º Concurso de Músicas para o Carnaval, criado naquele ano pelo Conselho Superior de MPB do Museu da Imagem e do Som e fazendo grande sucesso nacional. Nos anos seguintes, viveu um período de esquecimento na música do Brasil. Em 1987, no início de julho, teve o primeiro derrame cerebral. Em 1996, já recuperado, lançou o CD "75 Anos de Samba", com participação de Zeca Pagodinho, Monarco, Wilson Moreira e Cristina Buarque. Este CD foi produzido por Henrique Cazes, com quatro músicas inéditas e vários sucessos antigos. Nesse mesmo ano, subiu ao palco com Marisa Monte e a Velha Guarda da Portela e interpretou com enorme sucesso alguns clássicos do samba, como "A voz do morro" e "O mundo é um moinho", de Cartola, entre outros. Em 1997, recebeu da Portela um troféu em reconhecimento pelo seu trabalho e participou da gravação do disco Casa da Mãe Joana. Em 1998, ganhou o Prêmio Shell pelo conjunto de sua obra: mais de 200 músicas. Nesta noite foi homenageado por Paulinho da Viola, Élton Medeiros, Monarco e a própria Velha Guarda da Portela, em show dirigido por Sérgio Cabral. Em janeiro de 1999, recebeu uma placa pelos 60 anos de carreira. Zé Kéti morreu de falência múltipla dos órgãos aos 78 anos em 1999.

Beth Carvalho

Decidiu seguir a carreira artística após ganhar um violão de sua mãe. Sua avó tocava violão e bandolim e seu pai era amigo de pescaria de Silvio Caldas. Sua casa era frequentada por Elizeth Cardoso e Aracy de Almeida, entre tantos cantores, cantoras e compositores da época. Levada por sua irmã mais velha, frequentava as rodas de samba, festas e pagodes nos quintais suburbanos do Rio de Janeiro. Sofreu forte influência da Bossa Nova e do compositor Tom Jobim. Em 1961, participou de diversos shows de Bossa Nova. Por essa época, apresentou-se em vários festivais universitários de música. Em 1965, gravou o primeiro disco, um compacto simples com a música "Por que morrer de amor?", de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli. No ano seguinte, participou dos espetáculos "Música nossa", ao lado de Tibério Gaspar e Egberto Gismonti. Com Nelson Cavaquinho, Zé Kéti e o grupo Os Cinco Crioulos, participou do show "A hora e a vez do samba". Fez parte do conjunto 3-D, juntamente com Antonio Adolfo, Chico Batera, Hélio Delmiro e Luís Eduardo Conde. Com esse conjunto, gravou pela Copacabana Discos o LP "Muito na onda". No ano de 1967, no "Festival Internacional da Canção", interpretou "Caminhada", de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar. Em 1969, com os Golden Boys, defendeu a música "Andança" de Paulinho Tapajós, Edmundo Souto e Danilo Caymmi, classificando-se em terceiro lugar no "III Festival Internacional da Canção", da TV Globo. Gravou o primeiro LP, "Andança", pela Odeon. Participou do "IV Festival Internacional da Canção" interpretando "A velha porta", parceria sua com Edmundo Souto e Paulinho Tapajós. Ainda neste ano, representou o Brasil na "Olimpíada da Canção", na Grécia, interpretando "Rumo sul", de Edmundo Souto e Paulinho Tapajós. Em 1971, estreou como sambista gravando "Rio Grande do Sul na festa do preto-forro" - um autêntico samba-enredo da Unidos de São Carlos. Logo a seguir, lançou pela Tapecar o compacto simples "Amor, amor, amor", samba do Bloco Carnavalesco Bafo da Onça. No ano de 1973, gravou o LP "Canto para um novo dia". Para este disco fez a adaptação da composição "Sereia", do folclore baiano. No ano seguinte, lançou o disco "Pra seu governo", dedicado à amiga Elizeth Cardoso, no qual despontou o seu primeiro grande sucesso, a composição "1.800 colinas", de autoria de Gracia do Salgueiro. O sucesso foi tanto, que o disco foi editado na França, onde foi convidada a fazer temporadas em boates parisienses. Voltando ao Brasil, apresentou-se com o grupo A Fina Flor do Samba. No ano de 1975, Martinho da Vila compôs em sua homenagem "Enamorada do samba", que a cantora incluiu no LP "Pandeiro e viola", lançado pela Tapecar neste mesmo ano. Logo depois, surgiu uma série de títulos que ela colecionou através dos anos: "Diva do samba", dado por Zuza Homem de Mello; "Rainha do samba", por Rildo Hora; "Rainha dos terreiros", carinhosamente chamada por Elifas Andreato, e "Madrinha", por quase todos os sambistas novos e antigos. Beth Carvalho é até hoje chamada de madrinha por quase todos os sambistas e sempre que pode retribui, gravando mais um lindo samba para nos brindar com seu talento. Hoje são mais de 40 discos gravados para a nossa alegria!

Luiz Carlos Baptista

Cantor e compositor conhecido como Luiz Carlos da Vila (21 de julho de 1949 - 20 de outubro de 2008), foi um compositor e sambista brasileiro, conhecido por suas lindas composições poéticas. Nasceu no bairro carioca de Ramos. O nome artístico "da Vila" foi incorporado em 1977, após sua entrada na ala de compositores da escola de samba Vila Isabel. Segundo outras informações, o nome também era creditado a ele por ser morador do bairro Vila da Penha. Seu primeiro instrumento foi o acordeão, seguido de um violão que ganhou ainda na adolescência. Frequentou o tradicional bloco carnavalesco Cacique de Ramos no final da década de 1970, sendo considerado um dos formatadores do samba carioca contemporâneo, de uma geração de compositores integrada também por Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Sereno do Cacique, Sombrinha, Sombra, Cláudio Camunguelo, entre outros. Sua primeira música gravada foi "Graças ao mundo", interpretada pelo Conjunto Nosso Samba na década de 1970. Em 1979 compôs em parceria com Rodolpho de Souza, Tião Grande e Jonas Rodrigues, o samba-enredo "Os anos dourados de Carlos Magno", com o qual a Unidos de Vila Isabel ganhou o primeiro lugar do Grupo 1B. No ano seguinte, Beth Carvalho interpretou duas composições de sua autoria: "Herança" (com Adilson Victor e Jorge Aragão) e "O sonho não acabou". Em 1983, produzido por Martinho da Vila, lançou o primeiro disco pela gravadora RCA. Neste mesmo ano, no LP "Suor no rosto", Beth Carvalho interpretou, de sua autoria, "Doce refúgio", samba composto para o Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos. No ano seguinte, ao lado de Nei Lopes, Dauro do Salgueiro, Wilson Moreira e Adauto Magalha, entre outros, participou do disco "Pagode de natal - a noite feliz dos bambas", no qual interpretou "Quando o natal caiu numa sexta". Ainda em 1984, Alcione gravou de sua autoria com Candeia, "A luz do vencedor". Nesse mesmo ano, compôs, em parceria com Paulinho Tapajós, Iba Nunes e Edmundo Souto, "Beth Carvalho, a enamorada do samba", samba-enredo campeão da Escola de Samba Unidos de Cabuçu. O samba foi interpretado por J. Leão e Celsinho e gravado pela Top Tape. No ano seguinte, em 1985, lançou seu segundo LP pela Gravadora Arca, disco no qual interpretou composições de sua autoria e ainda de Martinho da Vila, Manacéa e Zé Catimba. Beth Carvalho, em 1986, interpretou "Nas veias do Brasil", de sua autoria, regravando a música em 1987, no disco ao vivo que a cantora lançou naquele ano. No ano seguinte, no LP "Ouro e cobre", Alcione interpretou "Vizinha faladeira" (com Acyr Marques e Arlindo Cruz). Nesse mesmo ano de 1988, sua música "Além da razão" (com Sombra e Sombrinha) interpretada por Beth Carvalho, ganhou o Prêmio Sharp de "Melhor samba". Ainda em 1988, compôs "Kizomba, festa de uma raça" (com Rodolpho de Souza e Jonas Rodrigues) e com o qual a Vila Isabel se consagrou campeã de 1988. Em 2003 criou junto com Dorina e Mauro Diniz o grupo Suburbanistas. Criou também com Dorina e Mauro o Bloco Suburbanistas, que saía em Irajá, Vila da Penha, Vista Alegre, Brás de Pina e Santa Tereza. Cantou na Europa um ano antes de falecer. Faleceu vitimado por um câncer e deixou 15 discos gravados Foi homenageado em muitos programas de rádio, TV e rodas de samba por todo o país. Luiz Carlos da Vila é o motivo deste projeto!

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Paulinho da Viola

Compositor. Cantor. Instrumentista. Filho de Benedito César Ramos de Faria, violonista do conjunto Época de Ouro. Desde criança conviveu com músicos como Pixinguinha e Jacob do Bandolim, que frequentavam sua casa. Embora seu pai quisesse que o filho seguisse outra carreira que não a de músico, começou a estudar violão sozinho, aperfeiçoando-se, mais tarde, com o amigo Zé Maria. Em Jacarepaguá, onde costumava passar os fins de semana na casa de uma tia, ajudou a organizar o Bloco Carnavalesco Foliões de Anália Franco, para a qual compôs seu primeiro samba. Logo depois, com alguns amigos deste bloco, formou um conjunto no qual tocava violão. Compôs seu segundo samba em 1962, "Pode ser ilusão", quando integrava a Ala dos Compositores da Escola de Samba União de Jacarepaguá. Em 1963, seu tio Oscar Bigode, diretor de bateria da Portela, convidou-o a ingressar nessa escola. Nessa época, estudava contabilidade e trabalhava numa agência bancária. Teve sete filhos, dos quais quatro são com Lila Rabello, irmã de Raphael, grande nome do violão brasileiro. Seu filho João Rabello é músico (violonista) e sua filha Eliane Faria é cantora e compositora, integrante da ala dos compositores da Portela. Logo que entrou na Portela, em 1963, compôs "Recado", com Casquinha. Neste mesmo ano, Hermínio Bello de Carvalho, que o conhecera nas rodas de choro e era um dos incentivadores de sua carreira, o apresentou a Cartola. A partir de então, foi convidado para se apresentar no Zicartola (restaurante de Dona Zica e Cartola na Rua da Carioca, no Centro do Rio de Janeiro), tocando violão e cavaquinho, onde fez show com Zé Keti, recebendo seu primeiro cachê. Zé Kéti e Sérgio Cabral deram-lhe o nome de Paulinho da Viola. A partir de 1964 passou a dedicar-se exclusivamente à carreira musical. No ano seguinte, participou do conjunto A Voz do Morro (com Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, Zé Kéti, Anescarzinho do Salgueiro e Nelson Sargento), gravando os LPs "Roda de samba" e "Roda de samba 2", nos quais foram incluídas suas composições "Coração vulgar", "Conversa de malandro" e "Jurar com lágrimas" (vol. I), e "Recado" e "Responsabilidade" (vol. II). Neste mesmo ano de 1965, ao lado de Nelson Sargento, Elton Medeiros, Anescarzinho do Salgueiro, Clementina de Jesus e Jair do Cavaquinho, entre outros, participou do musical "Rosa de Ouro", de autoria de Kléber Santos e Hermínio Bello de Carvalho, gravado em LP. Ainda em 1965 Elizete Cardoso, no LP "Elizete sobe o morro", interpretou suas músicas "Rosa de ouro" (com Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho) e "Minhas madrugadas", em parceria com Candeia. Em 1966 a Portela foi campeã com um samba de sua autoria, "Memórias de um sargento de milícias", tendo como puxadora oficial a pastora Surica. Hoje Paulinho da Viola tem mais de 50 discos gravados com obras majestosas!

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Almir Guineto

Cantor e Compositor. Filho do violonista Iraci com Dona Fia (Costureira e compositora da Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro). Irmão de Mestre Louro, diretor de bateria do Salgueiro. Almir é Nascido e criado no Morro do Salgueiro. Na década de 1970, fez parte do grupo de compositores que frequentavam o Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos. Nessa época, construiu um banjo com braço de cavaquinho, o que chamava a atenção pela sonoridade que conseguia tirar do instrumento. Esse instrumento logo foi adotado por vários grupos de samba. Surgiu para o grande público no ano de 1969 quando se transferiu para São Paulo para ser cavaquinista do grupo Os Originais do Samba, que também era integrado pelo cantor e humorista Mussun. Integrou o grupo Fundo de Quintal em sua primeira formação. Em 1979, Beth Carvalho gravou "Pedi ao céu" (com Luverci Ernesto), "Tem nada não" (com Jorge Aragão e Luverci Ernesto) e o sucesso "Coisinha do pai" (com Luís Carlos e Jorge Aragão). No ano de 1981, no LP "Na fonte", Beth Carvalho interpretou também de sua autoria "É, pois, é", em parceria com Luverci Ernesto e Luís Carlos. Neste mesmo ano, Alcione gravou "Ave coração", em parceria com Luverci Ernesto. No ano seguinte, obteve o 3º lugar no "Festival MPB Shell", da Rede Globo, interpretando a música "Mordomia", de Ari do Cavaco e Gracinha. Em 1983 sua composição em parceria com Luverci Ernesto deu título ao novo disco de Alcione "Almas & corações". Em 1984, Beth Carvalho gravou duas composições suas, "À luta, Vai-Vai!" (com Luverci Ernesto) e "Não quero saber mais dela" (com Sombrinha) em seu LP "Coração feliz", lançado pela RCA Victor. No ano seguinte, a cantora gravou em seu novo disco "Das bênçãos que virão com os novos amanhãs", uma parceria sua com Arlindo Cruz, "Da melhor qualidade". No ano de 1986, lançou pela gravadora RGE o disco "Almir Guineto", no qual gravou várias parcerias suas com Zeca Pagodinho, Adalto Magalha, Beto Sem Braço, Guará e Luverci Ernesto, despontando como sucesso neste disco a música "Caxambu" (Bidubi, Jorge Neguinho, Zé Lobo e Élcio do Pagode). Neste mesmo ano, foi lançado pela gravadora Fama o disco "Explosão do pagode". Este LP, que reuniu Cláudio Camunguelo, Carlos Sapato, Baita e Adalto Magalha, teve como música de trabalho "Papagaio", parceria de Almir Guineto, Beto Sem Braço e Luverci Ernesto, alcançando um grande sucesso nacional. Ainda neste ano, Beth Carvalho gravou "Corda no pescoço", em parceria com Adalto Magalha. Jovelina Pérola Negra, em 1987, gravou no disco "Luz do repente" uma composição sua em parceria com Adalto Magalha: "Trama". Neste mesmo ano, lançou o LP "Perfume de champanhe", pela gravadora RGE, obtendo sucesso com "Batendo na palma da mão" (com Guará). Beth Carvalho, em seu disco ao vivo, interpretou "Da melhor qualidade" (com Arlindo Cruz). No ano seguinte, em seu LP "Toque de malícia", Beth Carvalho incluiu duas composições de sua autoria: "Pedi ao céu" (com Luverci Ernesto) e a regravação de "Corda no pescoço". Em 1989, sua composição "Gosto de festa", em parceria com Adalto Magalha e Carlos Senna, deu nome ao disco de Dominguinhos do Estácio. Ainda neste ano, lançou pela gravadora RGE o LP "Jeito de amar". Em 1990, o cantor Reinaldo interpretou "Doce lembrança" (com Adalto Magalha), em seu disco "Coisa sentimental", gravadora Continental. No ano seguinte, gravou pela RGE o disco "De bem com a vida". Em 1993, em seu disco "Alô mundo", pela RCA Victor, Zeca Pagodinho incluiu de sua autoria "Mãos", em parceria com Simões PQD e Carlos Senna. Almir Guineto gravou 12 discos e centenas de sucessos que são regravadas até hoje. Aos 70 anos, faleceu por conta de problemas renais crônicos mas, suas obras inundam as rádios de todo país!

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Mestre Jamelão

Cantor e Compositor. Nascido no bairro de São Cristóvão, começou a ganhar a vida aos nove anos como pequeno jornaleiro. Ganhou o apelido de Jamelão na gafieira Jardim do Meyer, um dos muitos endereços de seu aprendizado de crooner. Foi levado à Mangueira pelo lendário compositor Gradim, amigo de Cartola e Carlos Cachaça, apesar de ter iniciado a trajetória de sambista acompanhando a mãe, Dona Benvinda, que saía na Escola Deixa Malhar, no Engenho Novo. Trabalhou como operário antes de começar a cantar em gafieiras. Iniciou-se na bateria da Estação Primeira de Mangueira tocando tamborim. Interessou-se por aprender cavaquinho. Quando começou a cantar, seu estilo foi influenciado por Cyro Monteiro. Nos anos de 1930, passou por diversas gafieiras como a Fogão, de Vila Isabel, Cigarra e Tupi. Entre os dancings, cantou no El Dorado, Farolito, Avenida, Samba-Danças, Brasil e Belas-Artes. Começou a gravar no fim da década de 1940, após participar de inúmeros programas de calouros do rádio, incluindo o célebre "Calouros em desfile", de Ary Barroso e vencer um concurso da extinta Rádio Clube do Brasil, que finalmente o contratou por um ano. Até então, contentava-se em substituir seu padrinho Onésimo Gomes e até o "Rei da Voz", Francisco Alves. Em 1945, interpretou "Ai, que saudades da Amélia", de Ataulfo Alves e Mário Lago, no programa radiofônico Calouros em Desfile, apresentado por Ary Barroso. No mesmo ano, fez grande sucesso como crooner da Orquestra Tabajara de Severino Araújo no baile do Castelo de Coberville, na França, quando o estilista francês Jacques Fath apresentou o algodão brasileiro à alta costura européia. No ano seguinte, gravou os sambas "Eu não poderei", de sua autoria e José Batista, e "Acabei entrando bem", de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, além da batucada "Deixa amanhecer", de sua parceria com Rossini Pacheco e José Ribamar. Em 1954, passou a gravar na Continental e lançou os sambas "Leviana", de Zé Kéti e Amado Regis, e "Deixa de moda", de Pandeirinho. Em 1958, gravou pela primeira vez uma composição de Cartola, o samba "Grande Deus" Ainda no mesmo ano, lançou o LP "Escolas de samba", interpretando dez sambas de diferentes escolas de samba, com destaque para "Apoteose ao samba", de Mano Décio e Silas de Oliveira, "Alvorada na Portela", de Francisco Santana, "Mangueira não morreu", de Jorge Zagaia, "Cântico à natureza", de sua parceria com Antônio Lourenço, e Nelson Matos, e "Benfeitores do universo", de Hélio Cabral. Ainda em 1958, gravou o LP "O samba em noite de gala", com, "Preto velho", de Jorge Faraj e Custódio Mesquita, "Fui feliz" e "Solidão", de José Maria de Abreu e Custódio Mesquita, e "Noturno", de Evaldo Rui e Custódio Mesquita. No ano seguinte, fez grande sucesso com o samba-canção "Ela disse-me assim", de Lupicínio Rodrigues. Faleceu em 14 de junho de 2008 aos 95 anos e até hoje é considerado o maior interprete de sambas enredo de todos os tempos.

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Grupo Fundo de Quintal

O grupo surgiu em 1980, dentro do Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos, em Olaria, subúrbio da região da Leopoldina, no Rio de Janeiro. Era formado inicialmente por Almir Guineto, Jorge Aragão, Neoci, Sereno, Sombrinha, Bira Presidente, Ubirany, Arlindo Cruz e Valter Sete Cordas. Tocava às quartas-feiras, fazendo um som que começou a atrair a atenção de gente importante do mundo do samba. Considerado como um dos criadores de um estilo que influenciou praticamente todas as bandas de pagode posteriormente, o grupo tocava músicas de grandes sambistas e composições próprias, sempre um ritmo diferente, uma nova maneira de falar do cotidiano, utilizando instrumentos até então incomuns nas rodas de samba, como o banjo com braço de cavaquinho (criado por Almir Guineto), o tantã (criado por Sereno), o repique-de-mão e o repique-de-anel. Beth Carvalho convidou o grupo para participar de seu disco "Pé no chão", produzido por Rildo Hora, que mais tarde viria a produzir vários trabalhos do grupo. Hoje com mais de 20 discos gravados o Fundo de Quintal segue firme na missão de levar alegria para os quatro cantos do mundo!

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Mestre Monarco

Cantor e Compositor, filho do marceneiro e poeta José Felipe Diniz (chegou a publicar poemas no Jornal das Moças). Nasceu no bairro de Cavalcanti e foi criado em Oswaldo Cruz, onde frequentava as rodas de samba desde pequeno, conhecendo os bambas da Portela, como Paulo da Portela. Recebeu o apelido de "Monarco" aos seis anos. Aos 11 anos já compunha seus primeiros sambas para blocos do subúrbio. Em 1950 ingressou na Ala de Compositores da Portela, tendo como padrinho e grande incentivador o compositor Alcides Malandro Histórico, de quem tornou-se um dos principais parceiros. Estudou até o terceiro ano primário em meados dos anos quarenta, ingressou no Bloco Primavera. Também toca cavaquinho e percussão. Atuou como diretor de harmonia da Portela e além da carreira artística, trabalhou como guardador de carros, feirante e contínuo. Em 1970 gravou, ao lado da Velha-Guarda da Portela, o disco "Portela passado de glória", produzido por Paulinho da Viola e lançado pela gravadora RGE. NO ano posterior, em 1971, Paulinho da Viola interpretou de sua autoria "Lenço" (com Chico Santana) e, no ano seguinte, em 1972, gravou outra composição sua: "Passado de glória". Risadinha gravou em 1975 "Vida de rainha" (com Alvaiade). Neste mesmo ano, Roberto Ribeiro gravou "Proposta amorosa", de sua autoria e sucesso na época. Passou a liderar a Velha-Guarda da Portela após a morte de Manaceia. Com ela, apresentou-se no Teatro Opinião, no Rio de Janeiro, e no teatro da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. No ano de 1974 gravou seu primeiro LP como cantor. No ano seguinte, em 1975, "Amor de malandro" (com Alcides Dias Lopes) foi gravada por João Nogueira no disco "Vem quem tem". O segundo LP, lançado em 1976, pela Eldorado, foi reeditado em CD em 2000. O disco contou com a participação especial da Velha-Guarda da Portela, no qual interpretou "O quitandeiro" (com Paulo da Portela), "Lenço" (com Chico Santana), "Ingratidão" (c/ José Mauro), "Conselho" (com Manaeéia), entre outras. Em 1977, "O passado da Portela", de sua autoria, foi interpretada por João Nogueira no LP "Espelho". No ano seguinte, em 1978, em parceria com Raul Marques e Bucy Moreira, fez a adaptação do tema folclórico "Miudinho", gravado por Paulinho da Viola. Em 1979, Roberto Ribeiro lançou outro sucesso de sua autoria, "Triste desventura", em parceria com José Mauro. Ainda em 1979, "Força de vontade", parceria com Mijinha, foi incluída no disco "Zumbido", de Paulinho da Viola. Neste mesmo ano, João Nogueira interpretou "Enganadora" (com Alcides Dias Lopes) no LP "Clube do Samba". Ainda em 1979, Beth Carvalho no disco "No pagode", incluiu "Obrigado pelas flores", em parceria com Manacéia No ano posterior, em 1980, João Nogueira gravou outra composição de sua autoria, "Serei teu ioiô", parceria com Paulo da Portela. Neste mesmo ano de 1980 Beth Carvalho no LP "Sentimento brasileiro", interpretou "Você pensa que eu me apaixonei", parceria com Alcides Malandro Histórico Lançou o LP "Terreiro", que contou com 12 faixas, entre as quais "Homenagem à Velha Guarda"', "Sofres porque queres liberdade" (com Mijinha), "Estácio de Sá, glória do samba", "Você pensa que eu me apaixonei" (com Alcides Lopes) e "Falsa recompensa", parceria com Mijinha Em 1983, "Quem lucrou fui eu", de sua autoria, foi gravada com sucesso por Roberto Ribeiro. No ano de 1984, interpretou, com a Velha-Guarda da Portela a faixa "Direito à vida" (Elton Medeiros e Ana Terra) no LP "Histórias do céu e da terra", disco e projeto infantil da poeta e letrista Ana Terra. Dois anos depois, em 1986, produzido por Katsunori Tanaka para o mercado japonês, foi lançado o disco "Doce recordação", da Velha-Guarda da Portela (da qual sempre fez parte). No LP, interpretou várias composições, entre elas, algumas de sua autoria como "Fui condenado", parceria com Mijinha. Neste mesmo ano, no disco de estreia de Zeca Pagodinho, foi incluída a sua composição "Coração em desalinho", des de então Mestre Monarco sempre participa com a Velha Guarde dos discos do Zeca Pagodinho. Mestre Monarco é presidente de honra da portela e um dos mais consagrados do mundo do Samba.

 

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Zé Luiz do Império

Compositor e cantor, nasceu no bairro de Santa Tereza, centro do Rio de Janeiro, onde morou até aos nove anos, quando a família mudou-se para o bairro de Pilares, na Zona Norte da cidade. Fui o fundador do Pagode da Resistência, uma das primeiras rodas de samba para revitalização do gênero na década de 1970. Em 1976 Roberto Ribeiro gravou "Tempo ê", parceria com Nélson Rufino. A música foi um dos primeiros sucessos na voz do cantor, que no ano seguinte incluiu no LP "Poeira pura", outra composição de Zé Luiz "Prece a Xangô", também em parceria com Nélson Rufino. No ano de 1978 Roberto Ribeiro gravou "Todo Menino é Um Rei" (com Nélson Rufino) um dos maiores sucessos do cantor. Aposentou-se como funcionário da Embratel (Empresa Brasileira de Telecomunicações) no ano de 1997. Integrou a ala de compositores do Império Serrano. É um dos fundadores, ao lado de Nei Lopes, Candeia e Wilson Moreira, da ala de compositores do Grêmio Recreativo e Artes Negras Quilombo. Foi presidente da Velha-Guarda do Império Serrano. Em 1984 a Coca-Cola produziu o disco-brinde "Pagode de natal - a noite feliz dos bambas", no qual foi incluída de sua autoria, a música "Natal imperiano". No ano seguinte, Roberto Ribeiro, no LP "Corrente de aço", interpretou, de sua autoria com Nei Lopes, "Malandros maneiros". No ano de 1987, sua composição "Nosso nome: resistência", em parceria com Sereno e Nei Lopes, deu título ao disco de Alcione. No ano de 2001, ao lado de Nei Lopes, Nelson Sargento, Dona Ivone Lara, Baianinho, Niltinho Tristeza, Casquinha, Dauro do Salgueiro, Nilton Campolino, Monarco, Jair do Cavaquinho, Elton Medeiros, Luiz Grande, Jurandir da Mangueira e Aluízio Machado, participou do show "Meninos do Rio", apresentado no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, foi lançado o CD homônimo. No ano de 2003, apresentou-se no Bar do Zé, no centro do Rio de Janeiro. O bar, considerado da boemia carioca, homenageou os "Zés" da MPB, principalmente músicos. Em 2004 apresentou-se com o grupo Dobrando a Esquina no Casarão do Cunha, em Paraty, no Rio de Janeiro e ao lado de Bandeira Brasil, participou do projeto "Puxando Conversa", no Museu da República, no qual receberam diversos convidados para uma roada de samba, entre eles, Wilsinho Saravá, Xangô da Mangueira, Tatinho da Mangueira, Délcio Carvalho, Evandro Lima, Jair do Cavaquinho, Trio Calafrio, Jairo Bráulio, Ary do Cavaco, Waldir 59, entre outros. Em 2005 pelo Selo Candongueiro, do Centro Cultural Candongueiro, de Pendotiba, lançou o primeiro disco solo. No show, além de clássicos do seu repertório, como "Todo menino é um rei", "Tempo ê", "Malandros maneiros", apresentou ainda novas composições, entre as quais "Amante vadio" (com Nelson Sargento), "Mal passada" (com Wanderley Monteiro) e "Fuga", parceria com Nelson Rufino. O disco também foi lançado em show no Teatro Municipal de Niterói e posteriormente no Teatro Rival BR, em show com Luiz Grande e Jurandir da Mangueira. Em 2006 o grupo Galocantô, no disco "Fina batucada", incluiu de sua autoria a composição "Apesar do tempo" (com Ratinho), faixa que contou com a participação da Velha Guarda do Império Serrano. No ano de 2008 lançou, pelo Selo Pôr do Som, o disco "Malandros maneiros", no qual interpretou diversas composições de sua autoria em parcerias com Nélson Rufino e Nei Lopes, inclusive a faixa-título. Entre seus parceiros também constam Agenor de Oliveira e Wilson Moreira.

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Ivan Milanez

Compositor e percussionista respeitado, Ivan Milanez integra a Velha Guarda da Império Serrano. Filho de fundadores da verde-e-branco de Madureira é apontado também como um dos responsáveis pelo estouro da Lapa como bairro do samba no Rio de Janeiro. Foi ele que montou uma das primeiras rodas junto aos Arcos da Lapa. Sua trajetória inclui shows e gravações com grandes nomes como Roberto Ribeiro, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Almir Guineto, Alcione, Tia Surica da Portela, Rosinha de Valença, Beth Carvalho e Wilson Moreira, entre outros. Em 17 de outubro de 2012 Ivan Milanez lançou seu primeiro CD.

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Bezerra da Silva

Cantor. Compositor. Instrumentista. Nasceu na cidade de Recife, no Estado de Pernambuco. Aos nove anos tocava zabumba e cantava coco. Aos 15 anos, foi para o Rio de Janeiro como clandestino em um navio, indo morar no Morro do Cantagalo. Por essa época, começou a trabalhar na construção civil como ajudante de pedreiro e pintor. Ingressou na bateria do Bloco Carnavalesco Unidos do Cantagalo, tocando tamborim. No ano de 1950, conheceu Doca (José Alcides), um dos autores da música "General da banda" (José Alcides, Tancredo Silva e Sátiro de Melo), também morador do Morro do Cantagalo, que o convidou para participar do "Programa da Rádio Clube do Brasil". Começou sua carreira como músico profissional acompanhando vários artistas de renome. Integrou a Orquestra da Copacabana Discos em 1960. Em 1965, teve sua primeira música gravada, "Nunca mais" (c/ Norival Reis), cantada por Marlene, pela Continental. Gravou o primeiro LP pela Copacabana Discos em 1969, um compacto simples com as músicas "Mana, cadê meu boi?" e "Viola testemunha". No ano de 1974 Zuzuca gravou de sua autoria "Decadência", em parceria com Baianinho. Em 1975, pela Tapecar, lançou o primeiro LP, "Bezerra da Silva - o rei do coco volume 1", fazendo sucesso com a música "O rei do coco". No ano seguinte, pela mesma gravadora, lançou o LP, "Bezerra da Silva - o rei do coco volume 2", destacando-se a música "Cara de boi". Gravou pela CID, em 1977, um LP só de sambas, "Partido alto nota 10 volume 1", ingressando, também, na Orquestra da TV Globo, na qual permaneceu até 1985.
Como instrumentista, tocava pistão e vários instrumentos de percussão. No ano de 1978, participou do disco "Partido-alto nota 10 volume 2", do qual despontou com o sucesso nacional "Pega eu que sou ladrão", de autoria do compositor Criolo Doido. No ano posterior, foi contratado pela gravadora RCA Victor, na qual permaneceu por 14 anos. Em 1995, fez o show de lançamento do disco "Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró: os três malandros in concert". Faleceu no dia 17 de janeiro de 2005 em decorrência de uma parada cardíaca. Mais deixou uma grande obra para deleite dos seus fãs.

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Alcione

Cantora, Instrumentista e Compositora. O pai, João Carlos Dias Nazareth, foi mestre de banda da Polícia Militar de São Luís do Maranhão e professor de música. Foi ele quem lhe ensinou, ainda cedo, a tocar diversos instrumentos de sopro, como o clarinete, que começou a estudar aos 13 anos. Com essa idade, tocava e cantava em festas de amigos e familiares. Sua primeira apresentação foi aos 12 anos, na Orquestra Jazz Guarani, da qual seu pai era integrante. Certa noite, o crooner da orquestra ficou rouco, sendo substituído pela menina, que, mais tarde, ficou conhecida como "Marrom". Na ocasião cantou com sucesso a música "Palma branca" e o fado "Ai, Mouraria". Formou-se como professora primária e continuou a se dedicar à música, tendo se apresentado na TV do Maranhão, nos anos de 1965 e 1966. Em 1968 mudou-se para o Rio de Janeiro indo trabalhar em uma loja de discos. Começou cantando na noite, levada pelo cantor Everardo, que ensaiava no Little Club, boate situada no conhecido Beco das Garrafas, reduto histórico do nascimento da bossa nova, em Copacabana. Destacou-se ao vencer as duas primeiras eliminatórias do programa "A Grande Chance", de Flávio Cavalcanti. Nessa mesma época, assinou o primeiro contrato profissional com a TV Excelsior, apresentando-se no programa "Sendas do Sucesso". Depois de seis meses nessa emissora, realizou uma turnê de quatro meses pela América Latina. Em 1970, viajou também à Europa, onde ficou por dois anos, principalmente na Itália. Nessa época, costumava apresentar-se com o cantor Emílio Santiago, na boate "Preto 22", de Flávio Cavalcanti, em Ipanema, Rio de Janeiro. Em meados dos anos 70, foi para São Paulo apresentar-se no "Blow-up", onde conheceu o cantor Jair Rodrigues, que a levou para a gravadora PolyGram, na qual no ano de 1972 gravou o primeiro compacto simples, no qual constavam "Figa de Guiné" (Reginaldo Bessa e Nei Lopes) e "O sonho acabou". Lançou outros compactos simples e viajou, em 1973, para o México. Em 1974, participou do "Festival da Canção Portuguesa". No ano seguinte, gravou, pela Philips, um compacto duplo com quatro sambas-enredo: Mangueira, São Carlos, Padre Miguel e Salgueiro. Ainda neste ano, lançou, pela mesma gravadora, o primeiro LP, "A voz do samba", no qual interpretou "Acorda que eu quero ver" (Carlos Dafé), "É amor... Deixa doer" (Mita), "Aruandê" (Edil Pacheco e Nélson Rufino) e "Batuque feiticeiro" (Candeia). Devido a dois grandes sucessos do disco, "Não deixe o samba morrer" (Edson Conceição e Aluísio) e "O surdo" (Totonho e Paulinho Rezende), ganhou o primeiro "Disco de Ouro". E assim decolou na carreira.

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Leci Brandão

Compositora e cantora. Nascida em Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro, foi criada no bairro de Vila Isabel. Estudou no Colégio Pedro II e na Universidade Gama Filho, onde formou-se em Direito na década de 1970. Trabalhou na Companhia Telefônica do Rio de Janeiro. Começou a compor aos 19 anos. Compôs sua primeira música "Tema do amor de você" em 1965. Em 1968, obteve o primeiro lugar no Programa "A grande chance", de Flávio Cavalcanti. No ano de 1970 ganhou o 2º lugar no "I Festival da Gama Filho" com a música "Cadê Marisa". Em 1972, entrou para a Ala dos Compositores da Mangueira, sendo considerada a primeira mulher a entrar para esta ala. No ano de 1973, venceu o segundo "Encontro Nacional de Compositores de Samba", interpretando "Quero sim", em parceria com Darcy da Mangueira. No ano de 1974, a convite de Sérgio Cabral e Albino Pinheiro, se apresenta com Dona Ivone Lara e Roberto Ribeiro na boate Pujol. Gravou o primeiro disco, um compacto duplo para o selo Marcus Pereira. Neste mesmo ano, seu samba-enredo foi classificado em 2º lugar na Mangueira. Ainda em 1974 levada por Lygia Santos, filha de Donga, gravou a faixa "Seu Mané Luiz" (Donga e Baiano) no LP "A música de Donga", disco do qual participaram Elizetth Cardoso, Altamiro Carrilho, Abel Ferreira, Marçal, Gisa Nogueira, Almirante e Paulo Tapajós, além do próprio Donga em depoimento dado pelo compositor ao MIS (Museu da Imagem e Som). Participou do "Festival Abertura", realizado pela TV Globo, em 1975, classificando a música "Antes que eu volte a ser nada". Ainda em 1975, lançou seu primeiro LP, "Antes que eu volte a ser nada", pelo selo Marcus Pereira, no qual interpretou "Simples pessoa" (Sueli Costa), "A mais querida" (Padeirinho) e "Meu dia de graça" (Dedé da Portela), além de várias composições de sua autoria, como "Benedito de Lima", música composta a partir de um pedido do jornalista Sérgio Cabral. No ano seguinte, lançou pela mesma gravadora o LP "Questão de gosto". No disco gravou "Epitáfio de um sambista" (Wilson Bombeiro) e "Casa-grande e senzala", samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira do ano de 1964, de autoria de Zagaia, Comprido e Leleo. Atuou várias vezes como comentarista de carnaval da Rede Globo, inclusive em 2002. Em 2004 tomou posse como Representante da Sociedade Civil no CNPIR (Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial). A solenidade de posse aconteceu no Ministério das Relações Exteriores em Brasília, com a presença de Luiz Inácio Lula da Silva, então Presidente da República. Neste mesmo ano, também passou a integrar o CNDM (Conselho Nacional dos Direitos da Mulher). Candidata do PC do B, Leci Brandão obteve 64.487 votos totalizados (0,31% dos votos válidos) e foi eleita Deputada Estadual em São Paulo no 1º turno das Eleições 2018.

Nelson Sargento

Compositor, Cantor, Escritor, Pintor. Músico Ator Nasceu na Santa Casa de Misericórdia, na Praça XV. Filho de Rosa Maria da Conceição (cozinheira, e empregada doméstica) e Olympio José de Matos (cozinheiro-chefe). Aos nove anos, morava no Morro do Salgueiro, com mais 17 irmãos, onde desfilava na Escola de Samba Azul e Branco. Aos 12 anos, mudou-se para o Morro da Mangueira, sendo adotado por Alfredo Lourenço, pintor de paredes nascido em Portugal e que chegara em um navio, fixando-se no Morro da Mangueira, onde recebeu o apelido de Alfredo Português. O padrasto (ex-fadista), que sempre levava o pequeno Nelson para os ensaios da Escola Unidos da Mangueira, já extinta. Aprendeu a tocar violão com Aluísio Dias, Cartola, Nelson Cavaquinho e Geraldo Pereira, passando a musicar os versos feitos pelo pai adotivo. Seguindo os passos de Alfredo Português, tornou-se pintor de paredes aos 17 anos. Trabalhou na Fábrica de Vidros José Scarrone, no bairro de Vila Isabel. Por influência de Alfredo Português e Carlos Cachaça passou a integrar a ala de compositores da Mangueira, em 1942. Foi sargento do Exército de 1945 a 1949, daí o apelido que tomou como nome artístico após ter participado do musical "Rosa de Ouro". No ano de 1958 assumiu o cargo de Presidente da Ala de Compositores do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. No ano de 1973 Sérgio Cabral organizou uma reunião em sua casa e fez uma pequena exposição de alguns (seis) de seus quadros. Na ocasião, Paulinho da Viola comprou um deles. No ano de 1981 escreveu com Alice Campos, Francisco e Dulcinéia Duarte, a monografia "Um certo Geraldo Pereira", lançada pelo "Projeto Lúcio Rangel", criado por Hermínio Bello de Caravalho para a Funarte. A partir de 1982, passou a conciliar a carreira de músico com a de artista plástico. No Rio de Janeiro, em 1983, expôs seus quadros de cenas do cotidiano e figuras primitivistas no Arquivo da Cidade. No ano de 1992, foi realizado um documentário sobre sua vida e obra, "Meia hora de arte", produzido por Luiz Guimarães Castro. No ano seguinte, em 1993, expôs seus trabalhos de artista plástico no Museu da Imagem e do Som. No ano de 1994 lançou o livro de poemas "Prisioneiro do mundo" fez exposição de quadros na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. No ano posterior, em 1995, expôs seus quadros no Museu do Folclore. Por serviços prestados à cultura, em 1996, foi condecorado com a "Medalha Pedro Ernesto", da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Casou com a produtora Evonete Belisário e pai de 11 filhos (sete naturais e quatro de criação). Como ator estreou no longa-metragem "É Simonal", de Domingos de Oliveira. Também atuou em filmes dirigidos por Estevão Pantoja, Luiz Guimarães de Castro, Alice de Andrade, Walter Salles, Daniela Thomas, Cacá Diegues (em "Orfeu do carnaval") e Flávio Tambellini, assim como na minissérie "Presença de Anita", da Rede Globo. No ano de 1997 por sua atuação no documentário "Nelson Sargento na Mangueira", de Estevão Ciavatta Pantoja, foi premiado na categoria "Melhor Ator" e "Melhor Trilha Sonora no "Festival de Cinema Rio Cine". O documentário "Nélson Sargento da Mangueira" foi exibido em vários festivais de cinema, sendo premiado em diversos deles. A composição "A felicidade se foi" fez parte da trilha sonora do filme. No ano seguinte, em 1998, fez exposição de quadros na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro e no ano seguinte, em 1999, voltou a expor no Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, e ainda,  atuou em "O primeiro dia", filme de Walter Salles e Daniela Thomas. Em 2003 finalizou o livro de contos "Samba eu". Em sua homenagem, Moacyr Luz e Aldir Blanc compuseram "Flores em vida", da qual destacamos os seguintes versos:   "Sargento apenas no apelido/guerreiro negro dos Palmares/Nelson é o Mestre-Sala dos mares/Singrando as águas da Baía."   No ano de 2005 lançou, na "1ª Bienal de Leitura de São Gonçalo", o livro "Pensamentos", pela Editora Olho do Tempo. Dois anos depois, em 2007, lançou a fotobiografia de Cacá Diegues. Em 2010 apresentou junto ao compositor Agenor de Oliveira, o programa "Eles têm história para contar", na Rádio Roquette Pinto FM, do Rio de Janeiro. O pesquisador musical Diogo Costa e o historiador André Diniz lançaram o livro-perfil "Nelson Sargento, o samba da mais alta patente", escrito ao longo de dois anos, com cerca de 50 horas de entrevistas gravadas. No ano de 2012 foi enredo da Unidos do Jacarezinho, intitulado "O samba agoniza, mas não morre: Nelson Sargento da Mangueira e do Jacaré também". Em 2015 voltou a ser tema de enredo de uma escola de samba, desta vez do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Inocentes de Belford Roxo, com o título "Nelson Sargento: samba, inocente e pé no chão". Tem publicado um conto erótico na revista "Ele&Ela", segundo ele, inspirado nos quadrinhos de Carlos Zéfiro. Din é uma escolha popular em sites de negócios e tecnologia. É uma boa fonte para títulos de páginas com impacto.

Fonte da pesquisa: Dicionário Cravo Albin da Musica Popular Brasileira 

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